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SONHOS: A EXPERIMENTAÇÃO DE AKIRA KUROSAWA

Atualizado: 13 de abr.

Fotografia do diretor Akira Kurosawa
Fotografia do diretor Akira Kurosawa

Sonhos é um filme longa metragem de drama/fantasia lançado no ano de 1990, dirigido pelo renomado diretor japonês Akira Kurosawa, conhecido pelos filmes Os Sete Samurais, Ran e Rashomon. O longa é dividido em oito curtas-metragens, com histórias distintas umas com as outras, baseadas nos sonhos de Kurosawa.

Sonhos é um dos últimos filme do diretor, em que Kurosawa para encerrar com chave de ouro sua vasta carreira, aplica experimentações no roteiro, direção de arte e fotografia, se diferenciando da estrutura clássica que montou nos seus antigos filmes. Sobre a experimentação do roteiro, Kurosawa ao invés de fazer um longa com uma só história, junta oito curtas-metragens com tramas distintas. Mesmo que cada um tenha sua história e ambientação, todos os curtas são ligados sobre a temática do homem e a natureza. A temática é abordada como um certo alerta sobre como nós seres humanos, depredamos a natureza sem pensar no futuro que nos aguarda, trazendo uma mensagem de que o homem tem que conviver em harmonia com o meio ambiente.

Frame do filme Sonhos (1990)
Frame do filme Sonhos (1990)

Já sobre a direção de arte, Kurosawa junto com os diretores de arte Yoshirô Muraki e Akira Sakuragi, constrói minuciosamente os cenários do filme, em que certos curtas os cenários são construídos para valorizar o meio ambiente e em outros curtas cenários surrealistas, que se relacionam com ambientes construídos nos sonhos. A ambientação que mais chama atenção no filme é do curta metragem sobre um rapaz que ao observar um quadro de Vincent Van Gogh, entra dentro dele e explora o ambiente. Neste curta, Kurosawa tem como objetivo reproduzir os quadros de Van Gogh nos planos fotográficos, por meio da construção física dos cenários ou com a tecnologia, com o fundo verde, fazendo uma bela homenagem ao pintor que tinha grande admiração. Outro ponto que chama atenção da direção de arte é a paleta de cores, sendo possível identificar a variedade de cores e tons em cada ambientação (em sua maioria em tons vibrantes), acompanhada de uma textura imagética que remete ao onírico.


Frame do filme Sonhos (1990)
Frame do filme Sonhos (1990)

Por fim, a direção de fotografia, mesmo que não seja tão experimental comparada a direção de arte, ela tem grande importância para o desenvolvimento do longa. Kurosawa junto com os fotógrafos Takao Saito, Shoji Ueda e Masaharu Ueda constrói uma fotografia majoritariamente composta de planos abertos, facilitando que o público identifique com clareza os majestosos cenários construídos pela direção de arte. Outra característica da fotografia é usar diferentes tipos de iluminações dentro do filme, variando de cenas com grande iluminação e cenas de baixa luminosidade, às vezes, sendo difícil identificar os personagens.


Frame do filme Sonhos (1990)
Frame do filme Sonhos (1990)

Conclui-se que Sonhos é o filme mais autoral de Kurosawa, no qual o diretor buscou experimentar tudo que não fez em sua carreira e aplicou no longa. O filme guarda em si um pouco da personalidade de Akira, sendo uma bela forma de se despedir do audiovisual.


Texto: César F.P. Falkenburg

Revisão: Alice Faria


 
 
 

1 comentário


Ísis Saraiva
Ísis Saraiva
14 de nov. de 2023

essa ficou show! ✨

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